Mais de um quarto de século depois do primeiro Honda Civic Type R, este está de regresso para mais uma geração. O novo Type R era um dos carros mais esperados dos últimos meses, pois este será o último, pelo menos tal como o conhecemos. Por isso, este que será provavelmente o último da sua espécie aproveitou para fazer uma despedida em grande.
Type R é uma das designações que mais paixões desperta nos entusiastas da Honda. Esta é para o construtor nipónico o que o R é para a Volkswagen, ou ainda, o que o RS é para a Audi e para a Porsche. Ou seja, é sinónimo de desportividade.
A designação Type R, surgiu pela primeira vez em 1992 no Honda NSX. O objetivo da marca nipónica era o de minimizar o peso, maximizar a potência e a dinâmica, para obter um modelo rápido e eficaz em pista. Para isso a Honda não hesitou em pedir a ajuda ao melhor piloto da altura para o desenvolvimento do automóvel — Ayrton Senna
Segue-se em 1995, o IntegraType R que oficialmente apenas estava disponível para o mercado japonês. O primeiro Civic a receber a designação Type R surgiu dois anos mais tarde, este foi responsável por introduzir o nome Type R a um público mais vasto e assinala o início de uma linhagem que acompanhará o Civic a cada nova geração.
Pelo que esta nova geração (FL5) não é excepção e também ela já conta com a sua versão Type R.
O que mudou…
O que salta mais à vista neste novo Civic Type R, é sem dúvida o seu estive mais consensual e mais maduro do que o seu antecessor (FK8). Abandonando assim as formas agressivas e sinuosas, que mais parecias oriundas de uma sombria banda desenhada do sol nascente.
Este aproveitou ainda por adoptar dimensões mais generosas, está mais comprido e mais largo como se quisesse mudar para o segmento superior. Isto poderia levar a que muitos de vós pensassem que este Type R adoptou uma atitude mais branda. Pois na realidade não, muito pelo contrário.
Na sua essência a fórmula continua a mesma da anterior geração. Mas a execução, por seu lado consegue ser ainda melhor e isso vê-se ao volante com um comportamento extremamente eficaz.
O mesmo motor, mas melhorado
A peça mestra do Type R ao longo das suas 6 gerações encontra-se debaixo do capô. O mítico VTEC marcou presença desde a primeira hora, O que dizer deste magnífico motor naturalmente aspirado que só parava nas maníacas 8000 rpm, uma verdadeira jóia da engenharia mecânica.
Este último Type R continua à recorrer ao motor VTEC sobrealimentado da anterior geração, mas que foi melhorado para ganhar 9 cv suplementares. Para isso, o a Honda reviu o turbo, reduzindo o número de lâminas da turbina e aumentando o caudal de ar de admissão. E equipou o Type R de um sistema de escape totalmente revisto.
O mais potente de sempre
Os ganhos do motor fazem com que o este Type R seja o mais potente de sempre, com 329 cv às 6500 rpm e um binário de 420 Nm. A velocidade máxima esta, é de 275 Km/h e o exercício dos 0 aos 100 Km/h faz-se em 5,4 segundos, cerca de três décimas mais rápido que o FK8.
Não podia deixar de referir outra das características que fazem do Civic Type R um automóvel à parte, é a presença de uma caixa de velocidades manual. O que é cada vez mais raro nos tempos que correm, sobretudo neste tipo de automóveis.
E não é uma caixa manual qualquer. Esta é talvez a melhor do momento, onde não falta o sistema de ponta tacão automático.
Melhor que o seu antecessor, esta evolução no entanto tem um preço, cerca de 17 mil euros face à anterior geração (FK8). O preço do novo Type R (FL5) começa nos 69500 euros. Uma subida significativa é certo, mas que não impediu que as 10 unidades destinadas a Portugal esgotassem em apenas 72 horas, havendo até, segundo a marca nipónica, uma lista de espera que não pára de aumentar.
Mais uma vez o Honda Civic Type R quer assumir-se como o melhor desportivo da sua categoria. Esta é a última e derradeira geração a seguir o conceito convencional, este será o último da espécie, tal como o conhecemos, o último puramente a combustão. Uma boa maneira de celebrar o fim de uma era.
A Honda promete não desistir do Type R, mas esta sigla passará muito provavelmente a estar associada a um híbrido ou eléctrico. Veremos…
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