Com o fim dos motores a combustão oficialmente anunciado pela comissão europeia, a electrificação assume-se como o caminho a seguir. No entanto, não podemos deixar de constatar que estes automóveis ditos “amigos dos ambiente” são inacessíveis para uma grande maioria da população. É aí que entra a Dacia. Conhecida pelos seus preços mais acessíveis, esta decidiu apostar na electrificação com o Jogger Hybrid 140, o primeiro híbrido da marca romena. Este vem completar uma gama já composta pelo Dacia Spring, o seu veículo 100% eléctrico. Mais um passo que vem confirmar a profunda revolução na Dacia.
As coisas estão mesmo a mudar para os lados da Dacia, agora os seus modelos estão muito mais atraentes. Temos de reconhecer que o primeiro Logan não primava pela beleza, era até necessário uma certa “coragem” para adquirir um. A nova identidade visual estreada o ano passado veio contribuir para um novo posicionamento da Dacia no mercado, abandonando o estatuto Low Cost para assumir-se como uma marca que aposta no essencial, segundo os responsáveis da marca.
Uma coisa é certa, o público europeu está a aderir, como o podem comprovar os impressionantes resultados do ano de 2022.
Sucesso esse, que também se repete a nível nacional. A Dacia subiu do 16º lugar para o 4º lugar no ranking das vendas de ligeiros de passageiros em Portugal, liderando nas vendas a particulares.
Na base do sucesso estão dois modelos, o Sandero que foi pelo sexto ano consecutivo o automóvel mais vendido na Europa, lugar que também conquistou em 2022 no nosso país, e o Duster que é o SUV mais vendido aos particulares no continente europeu e em Portugal.
Um dos fatores deste sucesso é o empenho da Dacia em propor várias soluções energéticas alternativas, o construtor romeno é dos poucos a propor uma ampla gama de veículos com motores bi-fuel, a gasolina e GPL, assim como, o Dacia Spring — o automóvel 100% elétrico mais barato do mercado.
Mas a Dacia não se fica por aqui, reforçando a sua electrificação com a chegada do Jogger Hybrid 140 — o primeiro híbrido da marca.
Depois da sua chegada ao mercado o ano passado, o versátil Jogger tem a honra de estrear a motorização híbrida na gama do construtor romeno.
Para além do autocolante a identificar esta versão, à primeira vista o Jogger Hybrid 140 é praticamente idêntico às versões a combustão. No entanto existem algumas diferenças.
No interior temos a estreia de dois ecrãs, um inédito painel de instrumentos digital com um ecrã de 7”, assim como, um ecrã de infoentretenimento com a acesso a várias apps, como o Apple CarPlay.
Mas a grande novidade está debaixo do capô. Contrariamente ao que era costume na marca romena que tinha por hábito de propor motorizações menos atualizadas, desta vez, o Jogger Hybrid 140 teve direito à um dos mais recentes motores do grupo Renault — o E-tech Full Hybrid. O mesmo utilizado no Renault Clio, Captur e Arkana.
Assim na base deste Jogger, temos um quatro cilindros com 1.6l de 90 cv associado a dois motores elétricos: um de 50 cv e um motor utilizado como gerador de alta tensão. O que resulta numa potência combinada de 140 cv, transmitidos por uma caixa de velocidades automática designada de multi-modo.
Esta caixa permite ao sistema Full Hybrid de funcionar como um elétrico puro, como um híbrido paralelo, um híbrido em série e de fazer a regeneração usada para recarregar a bateria de 1,2 KWh, colocada onde estava o depósito GPL da versão ECO-G, o que deixa o espaço para os passageiros e bagagem inalterados.
Com uma autonomia de mais de 900 Kms (ciclo WLTP), o Dacia Jogger Hybrid 140 está apto a circular em modo eléctrico em até 80% das viagens urbanas. O que equivale a uma poupança de combustível na ordem dos 40%, segundo a marca romena.
Com chegada ao mercado nacional prevista para breve, o Jogger Hybrid 140 estará disponível apenas numa versão: a SL Extreme, ou seja, a versão mais equipada de todas, com um preço a rondar os 28 800 €.
Um preço a que não estamos habituados a ver no construtor, mas que não o impede que seja a proposta mais interessante no que diz respeito aos híbridos de 7 lugares, o que vem confirmar o forte potencial deste Jogger.
Potencial que infelizmente será travado no nosso país por uma fiscalidade que considera os Full Hybrid como meros automóveis de combustão, enfim!!
Isto no entanto, não impede o fenómeno Dacia de continuar de vento em popa na Europa. O que é incrível quando à partida a marca nem estava destinada ao continente europeu, mas apenas para países emergentes. Um verdadeiro caso de estudo.
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