A Lancia escolheu este mês de novembro para nos dar a conhecer um pouco mais sobre o seu regresso previsto para 2024. Decidiu começar por nos falar do design. Com um historial tão rico, é com toda a naturalidade que a marca italiana assume as suas origens e, evoque o passado para reescrever o futuro. E já sabem, como aqui no Mundo Sobre Rodas gosto de falar-vos de história automóvel. A poucos dias do Lancia Design Day, instale-se confortavelmente e conheça cinco dos modelos que serviram de inspiração para o futuro da Lancia.

A Lancia sempre se destacou pela sua graciosidade e elegância. Isto é válido para os seus modelos porta-estandarte, como o Aurelia e Flaminia, bem como para os seus modelos mais compactos, como o lendário Fulvia,
“Aurelia, Flaminia e Fulvia são três automóveis icónicos que fizeram da nossa marca um símbolo do que é considerado como ‘belo e bem concebido’, atraindo celebridades do ‘jet-set’ internacional, estrelas de cinema e Chefes de Estado. Fomos inspirados por elementos como o ‘cálice’ na parte da frente, ou as linhas limpas e essenciais que serão claramente reconhecíveis nos nossos novos automóveis.”
Luca Napolitano, CEO da Lancia
Lancia Aurelia
A lenda do Aurelia começou em 1951 com o B10, uma berlina de prestígio com um design inovador, cujas famosas portas traseiras e dianteiras se abriam em direções opostas, uma característica distintiva da Lancia. Então produzido em quatro diferentes variantes, o modelo ainda hoje cativa pelo seu design limpo e minimalista. Um dos elementos mais reconhecíveis do seu design pode encontrar-se, em definitivo, no seu “cálice”, unindo uma linha vertical com outra horizontal, incluindo o logótipo da marca.

Seguiu-se no mesmo ano, o Aurelia Coupe B20 Granturismo, precursor dos coupés desportivos italianos da década de 50. Projetado por Boano e finalizado por Pininfarina, o veículo deu início à configuração 2+2 nos veículos da classe Gran Turismo.

Em 1954, Pininfarina desenhou o Aurelia B24 Spider, uma belíssima “escultura em movimento”, proposta de sucesso no mercado americano graças à pureza do seu design: portas sem puxadores externos, volumes frontais e traseiros perfeitamente equilibrados e uma traseira elegante. No interior destacava-se um volante em alumínio de três raios e aro em madeira, um tablier de formato curvo e um painel instrumental com três mostradores circulares.
Lancia Flaminia
Apresentado no Salão de Genebra de 1957 e produzido até 1970, em versões berlina e coupé, o Flaminia estreou o redesenhado logótipo da Lancia. Desenhado também por Pininfarina, o Flaminia foi um sedâ elegante e exclusivo, de linhas inovadoras e interiores ‘premium’. Um dos seus elementos de design mais famosos era a grande entrada de ar no seu capô e o requintado perfil cromado que partia da moldura do tejadilho e se prolongava até à traseira do tipo cauda.

No entanto, uma das suas melhores expressões estilísticas seria o Flaminia Coupé de duas portas, igualmente desenhado pelos estúdios Pininfarina. Mais belo do que qualquer outro automóvel do seu tempo, o Flaminia foi uma das estrelas da ‘dolce vita’ italiana.
Lancia Fulvia
Em 1965, a Lancia criou o Fulvia Coupé, um ‘hatchback’ de requinte que, em comparação com a berlina de 1963, se destaca pelo seu design mais ágil e desportivo, pela configuração 2+2, habitáculo luminoso, vidros de grandes dimensões, para-brisas inclinado e vidro traseiro.

Desenhado por Piero Castagnero, à altura ao leme do Centro de Estilo Lancia, o Fulvia Coupé teve um enorme sucesso quando foi apresentado com o seu habitáculo em forma de “torreão”, que se destacava pela incrível visibilidade para o exterior decorrente da grande superfície vidrada e pilares esguios.
Lancia Beta HPE
Apresentado no Salão de Genebra de 1975, o Lancia Beta HPE (High Performance Estate) é um automóvel familiar belo, desportivo e de alto desempenho, sendo também baixo, gracioso e dotado de uma espaçosa bagageira. Projetado pela Pininfarina é, definitivamente, a mais fascinante das propostas da gama Beta da Lancia.
A secção traseira do habitáculo destacava-se pela sua secção angular, de onde se podia fazer surgir uma estrutura inovadora inspirada nas persianas venezianas, atrás do vidro, para limitar os efeitos do brilho solar e proteger a visibilidade traseira.

São estas formas puras e geométricas que estão a inspirar os designers na criação dos futuros modelos da Lancia. O espaçoso e inovador habitáculo do Beta HPE recorda aquela atmosfera quente e acolhedora das casas italianas. Finalmente, uma curiosidade: quando se reclinava totalmente os bancos traseiros era até possível colocar um colchão, criando uma espécie de “cama de viagem”.
Lancia Gamma Coupé
Foi no Salão de Genebra de 1976 que a Lancia apresentou o design futurista do Lancia Gamma Coupé. Com um exterior clássico e interiores ecléticos, este modelo é lembrado como uma “sala de estar itinerante”. Foi-lhe dada esta alcunha dado que o seu habitáculo recriava uma atmosfera de boas vindas, confortável e inovadora, como demonstra a combinação original de cores e o painel central inspirado no design de produto dos anos ‘70.

O requinte e a qualidade dos materiais empregues são o resultado de colaborações com casas de moda famosas, incluindo a “casa” de Ermenegildo Zegna. Evolução final dos grandes coupés GT da Lancia, uma gama nobre que inclui os modelos Aurelia e Flaminia, o Gamma Coupé foi inspirado no Flaminia Coupé. Talvez por isso pareça mais gracioso e elegante à primeira vista do que a berlina de cinco portas, fruto, também, do seu tejadilho inclinado.
São estas formas puras e geométricas que estão a inspirar os designers na criação dos futuros modelos da Lancia.