A Lancia dispensa apresentações, a histórica marca italiana conquistou uma enorme legião de fãs. Apesar do seu rico historial as coisas nem sempre correram da melhor forma, sobretudo nos últimos tempos. Mas a Lancia promete-nos mudar e prepara o seu renascimento para 2024. Para isso, convida-nos para o Lancia Design Day, que vai acontecer no próximo dia 28 de novembro. Evento que nos projeta numa viagem ao passado que serviu de inspiração para o futuro da marca.

Ao longo dos seus 116 anos de história, a Lancia sempre se distinguiu pela inovação e elegância. De certa forma julgo que podemos compará-la com a Citroën, pois ambas tinham como imagem de marca a inovação. Inovação no design dos seus modelos, mas também inovação nas soluções técnicas que apresentaram, sendo muitas vezes pioneiros nalgumas. A Lancia é um pouco a Citroën à italiana.
A historia veio demonstrar-nos que ao longo dos anos ambas as marcas têm um percurso que se assemelham, ao enfrentarem graves crises financeiras que quase levaram à sua extinção. Ironia das coisas, o tempo acabou por juntá-las, a Lancia e a Citroën fazem agora parte do grupo Stellantis liderado pelo português Carlos Tavares.

Limitada à comercialização do Lancia Ypsilon, o único modelo da sua gama desde 2014, que é vendido apenas no mercado italiano. A Stellantis decidiu dar inicio ao renascimento da histórica marca. Para isso integrou a Lancia na divisão “premium” do grupo, juntamente com a Alfa Romeo e a DS Automobiles. Para já, estão previstos três novos modelos — o citadino Ypsilon, um novo Delta e o Aurelia que será o modelo topo de gama da marca transalpina.
Para reescrever o futuro a Lancia conta inspirar-se do passado com modelos que fazem parte do imaginário colectivo. Modelos como o Aurelia, o Flaminia, o Fulvia, o Beta HPE, o Stratos, o Delta e o 037. Automóveis que variam bastante entre si, mas que partilham um estilo que se mantém intemporal.

” O design e a beleza destas obras-primas em movimento inspiraram-nos na criação dos três modelos Lancia do futuro.”
Luca Napolitano, CEO da Lancia.
Os principios de orientação do plano de renascimento da marca são a inovação e o design intemporal, valores aos quais resolveu acrescentar a sustentabilidade e a responsabilidade. Pretendendo num prazo máximo de dez anos, afirmar-se como uma marca credível e respeitada no mercado “premium” europeu.

Os três novos protagonistas do futuro da Lancia foram concebidos para serem reconheciveís e consistentes entre si, contando para isso com três elementos de design distintamente Lancia: o cálice, as linhas sinuosas e as formas geométricas-primitivas.
Inspirado na secção frontal dos icónicos Lancia Aurelia e Delta, o novo cálice será reinterpretado num conceito moderno, mas preservando a sua característica distintiva que reúne uma linha vertical e horizontal, de modo a incluir o logótipo da marca.
Apresentarão ainda as linhas sinuosas nas suas laterais, um elemento típico de alguns dos modelos históricos da Lancia, como o Aurelia B20.

Por fim, há o terceiro elemento de design Lancia: as formas geométricas-primitivas tanto na frente como na traseira, entre as quais se destacam os faróis traseiros redondos, fazendo a ponte com o espírito mais brutal e técnico, expresso nos lendários 037, Stratos e Delta, as ‘bestas’ das corridas que dominaram o mundo dos ralis durante mais de 20 anos.
Além da elegância e da ousadia destes elementos no design Lancia, há-que salientar o ecletismo da marca italiana , ou seja, a tendência para ser-se inspirado por várias fontes, até mesmo algumas contrastantes, de forma a criar algo simultaneamente harmonioso e consistente. Ecletismo que a Lancia soube explorar na criação dos seus modelos.

Há que admitir que este renascimento está a gerar alguma expetativa não só nos fãs da marca italiana, como também entre… a comunidade de design. Será que esta nova Lancia continuará a inspirar? Ainda não sabemos. Quem sabe, o próximo Lancia Design Day possa nos dar um vislumbre desse futuro.
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