O Citroën BX celebra 40 anos. Apresentado ao público em 1982, o novo familiar gaulês destaca-se pelo seu design inovador e as suas qualidades dinâmicas. Apesar de ter passado despercebido ao longo dos anos, muitos ignoram a sua importância não só para a Citroën, como também para o grupo PSA. O BX foi o modelo que em conjunto com o Peugeot 205 salvou o grupo da falência nos anos 80. Este poderia ter-se contentado em ser um plácido automóvel familiar, mas tal não aconteceu. O Citroën BX teve direito a várias versões desportivas como a que vamos hoje falar — o BX Sport. O mais raro de todos.

É em 1982 que a Citroën apresenta o sucessor do GSA, desenvolvido pela Bertone comandada pelo designer Marcello Gandini, o Citroën BX destaca–se pelo seu design invulgar e moderno. O que permitiu à marca aos chevrons manter uma certa independência apesar de integrada no recém-criado grupo PSA. Outra das suas particularidades era vir equipado com a famosa suspensão hidropneumàtica, o que tranquilizou os fiéis da marca.

Os desportivos estão na moda
A década de 80 vê intensificar-se uma nova moda, a dos desportivos acessíveis. A começar pelo insolente Golf GTI e os seus concorrentes, tais como o Renault 5 Alpine, mas não só! A apetência pela performance não se vai ficar pelos citadinos, esta vai estender-se ao segmento das berlinas.
A Citroën apercebeu-se disso e viu aí a oportunidade ideal para apostar no Citroën BX. Sendo este considerado pela marca como um modelo fundamental para sair da crise em que se encontra, nada melhor do que aproveitar esta nova tendência dotando-o de versões de cariz desportivo.

1985 vai revelar-se um ano importante para o BX, com o aparecimento da sua primeira versão verdadeiramente desportiva. O Citroën BX Sport foi desenvolvido com base no BX 19 GT, mas como o nome indica vem equipado de um kit carroçaria muito mais desportivo, que vai desde os pára-choques específicos até à presença de um proeminente aileron traseiro. O BX Sport reconhece-se facilmente pelas inscrições BX Sport nas portas dianteiras. Mas tudo isto não serve de nada sem um motor à altura.

Para isso a Citroën fez apelo ao preparador Danielson, um parceiro habitual quando o objetivo da marca francesa é “vitaminar” os seus modelos. Danielson pegou no 1.9 oriundo do BX GT de 105 cv e conseguiu extrair uns preciosos 126 cv, ao fazer-lhe algumas modificações, tais como a incorporação de dois carburadores duplos da Solex. O BX Sport optou ainda por uma caixa manual de cinco velocidades e a suspensão hidropneumática foi revista para suportar este acréscimo de potência.

Eu sei! Quando se fala de 126 cv nos dias de hoje, isto vai seguramente fazer alguns de vós sorrirem por acharem pouco, mas convém não esquecer que com um peso apenas superior a uma tonelada, o BX Sport é um dos melhores da sua época. Com 195 Km/h de velocidade máxima e o exercício dos 0 aos 100km/h realizado em 9 segundos, o BX Sport consegue fazer frente a veículos como o Peugeot 205 GTI. Isto tudo mantendo o conforto dos seus ocupantes digno de um verdadeiro Citroën.
O mais raro de todos
Como é hábito na Citroën, tal como aconteceu com o Visa, as versões desportivas dos seus modelos são comercializadas sob a forma de edições especiais, e o BX Sport não é exceção. Proposto inicialmente numa série limitada a 2500 unidades, a marca depressa muda de estratégia ao inclui-lo na gama devido à grande procura do público.

Em dois anos de produção são vendidos 7257 exemplares do Citroën BX Sport, este seria substituído em 1987 pelo BX GTI e um ano mais tarde pelo BX GTI 16s de 160 cv.
O BX Sport não é o mais potente dos BX desportivos, mas é o mais leve, o mais divertido de conduzir e é sem dúvida o mais raro de todos. Isto sem esquecer o seu lado de desportivo à moda antiga com o seu motor dotado de carburadores, o que já não acontecerá com os seus sucessores.

Há mais raros, como por exemplo o BX Digit, mas mesmo com o carácter desportivo ainda estão o 4TC e o GTI 4×4 mais acima na lista da raridade.
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Olá Samuel
De facto as versões que indica foram produzidas em menor número. O 4TC foi produzido para homologação em ralis e não excedeu as 200 unidades, das quais a maioria acabou por serem destruídas pela Citroën. Obrigado pelo seu comentário.
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