O Honda Civic é uma história de longevidade incrível, poucos podem igualá-lo. Pois em 2022, será já a 11ª geração a chegar ao mercado, desta vez com uma versão híbrida. Ao ser lançado no mercado em Julho de 1972, o Civic vai revelar-se um modelo chave na história da Honda. Foi o automóvel que permitiu à marca nipónica sair dos mercados de nicho e tornar-se num grande construtor automóvel. Foi dizemos assim o primeiro best-seller da Honda !

Se hoje a Honda é uma marca reconhecida, por vezes esquecemos que ainda é um jovem construtor automóvel. Sendo o primeiro fabricante mundial de motociclos, a Honda decide lançar-se na produção de automóveis apenas a partir de 1960.
A ideia inicial de Soïchiro Honda, era a de não ser apenas mais um construtor, mas propor automóveis diferentes que metessem em evidência as qualidades de engenharia da jovem marca. Soïchiro vai então apostar na chamada S-Series, pequenos desportivos e descapotáveis bem ao estilo dos roadsters ingleses. Imediatamente reconhecidos pelos especialistas pela sua qualidade, estes tiveram no entanto um volume de vendas confidencial.

Depois desta primeira incursão, a Honda decide agora debruçar-se na produção de um citadino que respeite a legislação japonesa dos K-cars, ideal para conquistar o mercado interno. O Honda N360 dotado de um motor de motociclo, dificilmente terá condições de se impor fora das suas fronteiras. O mesmo para o Z360, uma versão de aspecto mais desportiva.

Convencido que um automóvel citadino continua a ser a melhor hipótese para entrar no mercado externo, Sochïro Honda decide mudar de estratégia ao lançar um veículo global adaptado a todos os mercados. É o fim dos automóveis equipados com pequenos motores de motos para dar lugar um automóvel de qualidade, fiável, económico e que poluísse o menos possível. Em suma, este deveria ser a montra tecnológica capaz de tornar a Honda numa marca reconhecida.

Depois de dois anos de trabalho, a equipa de engenheiros responsável pelo projeto apresenta em 1972, o Honda Civic. Um pequeno citadino com 3,54 metros de comprimento, de linhas simples e sem grandes artifícios mas que lhe conferiam um ar bastante simpático.

Quanto à motorização, trata-se de um motor totalmente novo de alumínio posicionado transversalmente com 1169 cm3 e uma potência anunciada de 60 cv. Este revela-se de uma fiabilidade irrepreensível e tem como novidade um novo sistema de alimentação CVCC capaz de reduzir a emissão de gases, respeitando assim as exigentes normas norte-americanas.

Além do mais, com uma suspensão independente às quatro rodas do tipo McPherson, o pequeno japonês oferece um comportamento e prestações exemplares. Apresentando uma qualidade de construção acima da média, o Civic será exportado para a Europa e também para os Estados Unidos. Se no velho continente o sucesso teve aquém das expectativas devido à rude concorrência no segmento dos citadinos. Um mercado dominado pelo Renault 5, o Autobianchi A112 e o Austin Mini, onde o Honda Civic teve algumas dificuldades em impor-se.

O mesmo não pode dizer-se do outro lado do atlântico onde o Civic soube conquistar o público, tornando-se uma referência na categoria em pé de igualdade com o Volkswagen Carocha. Num mercado dominado pelos grandes modelos, a crise energética de 1973 veio mudar mentalidades, e o público americano está pronto a comprar veículos mais económicos. O momento ideal para o Civic impulsionar a Honda no mercado americano.
Face ao seu bom desempenho comercial, outras motorizações serão propostas: um 1238 cm3 de 63 cv, um 1335 cm3 de 68 cv e ainda um 1,5 litros de 75 cv. Ao todo, foram produzidas 1 186 194 unidades de 1972 a 1979.

Nada mau para esta primeira geração, que permitiu ao Civic de afirmar-se como um dos automóveis mais robusto de mercado, que soube evoluir ao longo dos anos diversificando a sua gama e que perdurou até aos nossos dias.
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