Com o regresso anunciado para daqui a 2 anos, o novo Renault 5 antecipa aquele que será o modelo de acesso à gama elétrica do construtor do losango. O Renault 5 original por seu lado também foi um marco importante para a Renault, pois foi o precursor do segmento dos citadinos versáteis. Comemorando este ano o seu cinquentenário, o Renault 5 abriu o caminho a uma linhagem que colocaria a Renault como o especialista do segmento.

No final dos anos sessenta a gama da Renault era uma das mais completas do mercado. Do utilitário Renault 4 até ao familiar R16, havia um modelo para todas as necessidades, isto incluía o antiquado, mas resistente R8, até ao novíssimo R12 o seu substituto anunciado.

No entanto, Pierre Dreyfus o então presidente da marca, acredita que há espaço para mais um modelo. Este novo automóvel deveria atrair uma clientela mais jovem, mais urbana que precisava de um veículo prático e funcional, mas que não se identificava com o 2 CV ou o R4.
Dá-se início ao “Projeto 122”, que daria origem ao Renault 5. Um pequeno citadino que vai explorar o mercado iniciado pelos Austin Mini e o Fiat 600, mas com maiores dimensões para oferecer mais versatilidade.

O Renault 5 irá em conjunto com o Fiat 127 e o A112 da Autobianchi ser um dos pioneiros deste novo segmento dos citadinos de 2 portas. O modelo francês tinha no entanto um trunfo na manga, que era a sua porta traseira que funcionava como uma terceira porta.

Com uma estética ganhadora, o pequeno Renault 5 conquistou de imediato o público com as suas cores garridas e algumas inovações. O R5 foi o primeiro da categoria a propor os pára-choques em material sintético, capazes de absorver os pequenos toques característicos de uma circulação urbana.

Apresentado em janeiro de 1972, o Renault 5 mantinha o seu estilo irreverente no interior, ao propor estofos em vinil de cores vivas similares às usadas na carroçaria. O tablier por seu lado era mais discreto e simples, com a particularidade de incluir o comando da caixa de velocidades tal como no Renault 4.

Pois na verdade o Renault 5 herda a plataforma do R4 e o motor deste na sua versão de entrada de gama. A segunda versão do R5 designada TL, utiliza o famoso motor de 956 cm3 “Cleon Fonte” do Renault 8.
Ao longo da sua carreira o pequeno francês vai sofrendo pequenas modificações e melhoramentos, sendo de destacar o ano de 1974 quando a marca francesa se viu obrigada a alterar o seu logotipo devido a um processo em tribunal.

Devido ao seu grande sucesso, a marca francesa vai alargando o número de versões propostas, com o objetivo de cativar cada vez mais clientes. Em 1976 surge a versão GTL equipado do novo motor 1.3 e de novos equipamentos tornando-se na versão com melhores acabamentos.

Poderá um citadino também ser um desportivo ?
Consciente que grande parte do seu público era jovem, desde cedo a Renault quis responder a esta pergunta. O primeiro a encarnar esse espírito foi o Renault 5 LS que recupera o motor do Renault 12 TS de 64 cv. Com o comando de caixa de velocidades a abandonar o novo tablier para adoptar agora uma posição mais convencional, este passa rapidamente a designar-se R5 TS.

Com as outras marcas a apostarem também neste segmento dos pequenos desportivos, a Renault recupera o brasão Alpine e apresenta o Renault 5 Alpine com 93 cv. Mas isso não chega, face ao Golf GTI que por seu lado ultrapassa os 110 cv. Pelo que a marca francesa vai rectificar rapidamente a situação com o lançamento do R5 Alpine Turbo.

Com a experiência adquirida na F1 no desenvolvimento da tecnologia Turbo, a Renault vai elevar a fasquia ao apresentar em 1980 o Renault 5 Turbo com uns impressionantes 160 cv. Este foi desenvolvido por questões de homologação para competição.
Um Automóvel global
Ao todo foram produzidas 5 545 000 unidades do Renault 5, o que em doze anos de produção é um resultado brilhante. A par com o Renault 4, o R5 foi um dos mais vendidos pela marca francesa por esse mundo fora, chegando a ser exportado para os Estados Unidos onde adotou o nome de Le Car. E ser produzido em países como a Espanha, onde teve direito a uma versão específica de 4 portas, o Renault 7.

O Renault 5 terminaria a sua carreira em 1984 com a derradeira versão Lauréate, que acolherá a segunda geração mais conhecida por “Supercinco”.
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