Para permitir a industrialização do país,o governo brasileiro cria em 1942 a Fábrica Nacional de Motores (FNM). Depois de se iniciar na produção de motores de aviões, passando por camiões da Alfa Romeo decide lançar-se na produção de um automóvel de cariz desportivo – o FNM Onça. Conhecido também como o “Mustang Brasileiro” este veria as suas chances negadas pelos italianos da Alfa Romeo.

No início dos anos 40 o governo brasileiro inicia um programa de industrialização do país. Para isso foi criada a FNM (Fábrica Nacional de Motores) em 1942. Instalada no Rio de Janeiro a fábrica começou por produzir motores de avião da marca Wright-Cyclone, mas estes rapidamente se tornaram obsoletos de forma que a sua capacidade produtiva teve de ser aproveitada de outras formas, desde: bicicletas, frigoríficos e material ferroviário.

A partir de 1949, encontra um novo parceiro. Desta vez vai dedicar-se à produção de camiões da marca Isotta-Fraschini. Mas depois de produzidas cerca de 200 unidades a marca Isotta faliu, o que deixa a FNM em maus lençóis pelo que se torna urgente encontrar um novo parceiro. Será com a Alfa Romeo que os brasileiros chegarão a acordo para a produção dos seus veículos pesados (atividade menos conhecida em Portugal).

Depois de alguns anos a produzir camiões e chassis de autocarros da marca italiana, a FNM com o apoio da Alfa Romeo abre uma nova linha de montagem dedicada aos automóveis. O primeiro modelo produzido será o FNM JK 2000, JK em homenagem ao presidente brasileiro Juscelino Kubitschek. Com o golpe de estado de 1964, esta cópia do Alfa Romeo 2000 perderá a designação JK para ser apenas FNM 2000.

Os clientes abastados brasileiros são grandes adeptos de veículos desportivos, nomeadamente coupés, pelo que a FNM vai tentar convencer o seu parceiro italiano a produzir uma versão coupé do FNM 2000 de 4 lugares, mas sem sucesso.
Insistindo na vontade de produzir o seu próprio modelo, os dirigentes brasileiros vão contactar Genaro “Rino” Malzoni conhecido pelas suas carroçarias em fibra de vidro com base nos automóveis DKW, para que este desenvolva o novo modelo.

É na Feira Brasileira do Atlântico, no Rio de Janeiro que Malzoni apresenta a sua primeira proposta, chamando o protótipo de Onça. Este por sua vez não foi aceite, obrigando Malzoni a recomeçar de novo.
No ano seguinte volta ao ataque com um novo protótipo fortemente inspirado no recente Ford Mustang. Com base no FNM 2000 TiMB (Turismo Internazionale Modello Brazil) cujo o chassis é mais curto de 22cm, este mantém o perfil do Mustang enquanto a frente mantinha o estilo característico da Alfa Romeo. O FNM Onça recuperaria o motor com 2000 cm3 de cilindrada com a potência de 115 cv.

Seduzidos pela proposta, os dirigentes da Fábrica Nacional de Motores assinam de imediato um contrato com Malzoni para poderem começar rapidamente a sua produção.

Mas isto era sem contar com os italianos que quando souberam não gostaram nada da ideia e quiseram de imediato vetar o projeto. Mas para não criar atritos com o seu parceiro brasileiro preferiram gerir o problema de forma diferente, pedindo-lhes que enviassem um exemplar para ser analisado pelos seus engenheiros para futura aprovação.
Como seria de esperar atrasaram o projeto como puderam para no fim impor uma série de alterações para a validação do projeto. Face a tais imposições a FNM acabou por desistir.

Acabaram assim por serem produzidos apenas 5 FNM Onça dos quais apenas existem 3 sobreviventes. Apesar dos esforços por parte da Fábrica Nacional de Motores, o FNM 2000 não é um sucesso de vendas, pelo que começam a surgir os problemas financeiros e a empresa é salva pela Alfa Romeo que aproveita a oportunidade de entrar no mercado brasileiro sem grandes custos.
Mim tira uma dúvida, eu era criança, mais eu mim lembro do afa Romeu ,tambem tinha FNM caminhão ,estou certo disso ?.se estou certo .obrigado pela explicação
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Olá Miroval, está certo a FNM começou por fazer camiões da marca isotta depois camiões da marca Alfa Romeo e só mais tarde fez automóveis
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