Se o antigo Defender era o rei dos todo-o-terreno, a Land Rover teve de pôr fim à sua produção em 2016 devido às normas de poluição cada vez mais exigentes e aos custos de produção cada vez mais elevados. Esta decisão foi um choque para os entusiastas do jipe inglês, ao ponto que um deles, o multimilionário Sir Jim Ratcliffe decidiu lançar-se na criação do verdadeiro sucessor do Defender – o Ineos Grenadier.
O Land Rover Defender dispensa de apresentações, verdadeiro ícone da indústria automóvel desde 1948, este todo-o-terreno prático e adaptado ao mundo rural fez as delícias dos entusiastas durante 70 anos.
Sob a gestão dos indianos da Tata, a Land Rover apresentou o novo Defender. Certo mais moderno, mais luxuoso e mais eficiente, foi elogiado pela maior parte da comunicação social. Mas para os puristas esta nova geração perdeu o verdadeiro espírito do Defender.
Entre eles Sir Jim Ractliffe uma das maiores fortunas da Grã-Bretanha, CEO da Ineos um importante grupo petroquímico internacional que conta com 34 empresas e 22000 empregados espalhados pelo mundo. Verdadeiro amante do desporto, é proprietário da célebre equipa de ciclismo Sky e do clube de futebol francês OGC Nice. A Ineos está também presente no desporto automóvel como patrocinador da Mercedes em F1.
Desiludido com a decisão da Land Rover de parar a produção do Defender, foi no pub Grenadier, no centro de Londres que Jim Ratcliffe bebendo umas imperiais com um grupo de amigos decidiu lançar-se na produção do verdadeiro sucessor do Defender. Para isso, em 2017 é criada mais uma empresa no seio do grupo para encarregar-se do novo projeto – a Ineos Automotive.
Parece um Defender
O Ineos Grenadier não esconde a inspiração no antigo Defender. Mesmo se não conhece de cor as formas do célebre jipe inglês, é difícil não ver as semelhanças entre os dois veículos. Desde as formas quadradas da carroçaria, até ao formato das janelas e do capot.
Puro e Duro
A marca visa todos aqueles que procuram um veículo robusto, prático e fiável, em suma, os que privilegiam a praticidade ao estilo.
Fiel aos princípios do todo-o-terreno rústico, o Grenadier será construído com base num tradicional chassis de longarinas e travessas, o que lhe permitirá ter vários comprimentos e configurações, como a versão pick-up.
Motor BMW
Contrariando a tendência de electrificação atual, a Ineos Automotive optou por motorizar o Grenadier de tradicionais motores de combustão. Apesar das suas ligações com a Mercedes em F1, foi a BMW a eleita para fornecer o motor, que será o seu já conhecido 6 cilindros em linha a gasolina e diesel. Não estando previstas motorizações elétricas ou híbridas, o construtor prepara-se no entanto para a norma Euro7 com a tecnologia pilha de combustível a hidrogénio, que a empresa mãe já produz e distribui.
Quase Português
À partida, a produção do Ineos Grenadier iria ser repartida entre Portugal, onde a empresa previa a construção de uma fábrica em Estarreja para a produção do chassis, e o País de Gales onde seria feita a montagem final.
Mas o COVID-19 passou por aqui e a Ineos desistiu da construção da fábrica portuguesa. Na base da decisão, segundo o CEO da Ineos Automotive está a mudança de paradigma da indústria automóvel e a consequente redução da produção. Assim muito provavelmente o Grenadier será produzido em França na atual fábrica da Smart que o grupo Daimler-Benz pretende vender.
Chegada Prevista Para 2021
Com a produção prevista para o final de 2021, a Ineos ainda não divulgou imagens do interior do Grenadier que promete ser lavável. Para já a Ineos continua a efetuar testes, pelo que os protótipos deverão ainda percorrer cerca de 2 milhões de quilómetros nas mais difíceis condições.
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