O Citroën Méhari é um automóvel que combina como poucos o caráter trabalhador e a vocação para o lazer. Este “2CV de plástico” obtém algum sucesso no seu país de origem, pelo que será escolhido pelos dirigentes da marca francesa como um dos modelos a comercializar nos Estados Unidos, com vista a implantação da Citroën nas terras de “Oncle Sam”. Assim começa a curta aventura do Citroën Méhari à Conquista do público californiano.

O Citroën Méhari está para muitos de nós associado ao sentimento de liberdade. O Méhari é sinónimo de simplicidade, alegria de viver, despreocupação e evasão. Foi concebido por Roland de La Poype, dono da SEAB uma empresa especializada na Moldagem de plástico. A ideia era simples, com base no Citroën 2CV criar um novo modelo com dupla vocação, por um lado um veículo de lazer e por outro um veículo utilitário.
Isto está bem patente na apresentação oficial do Citroën Méhari em Maio de 1968, onde foram apresentados 8 modelos em várias configurações. De versões rurais carregadas de palha, a uma versão de bombeiros, não esquecendo uma versão “flower Power” e uma de praia.

Feito de ABS, uma espécie de plástico misturado com borracha colorido na própria massa, bastante leve e resistente a pequenos choques. O Méhari surpreendeu os dirigentes da Citroën, que desde logo deram o seu aval para a sua produção, como o incluíram na gama oficial da marca.

Desde o seu lançamento, o Citroën Méhari impõe-se no mercado dos veículos de lazer em França. Este rápido sucesso incita a Citroën a lançar o modelo nos Estados Unidos, mercado onde a marca deseja implantar-se. A Citroën já estava presente por terras americanas com o seu best-seller, o Citroën DS.
Para os dirigentes da Citroën, o Méhari é o veículo ideal para fazer companhia ao DS, aproveitando o ambiente “Flower Power” que se vive no estado californiano.

Para tentar a sua sorte, o Citroën Méhari vai ter que sofrer algumas modificações com o objetivo de respeitar as draconianas normas norte-americanas, muito mais restritivas do que na Europa. A modificação mais visível, é a nova frente que recebe novos faróis de maiores dimensões, assim como uma porta da bagageira específica para poder acolher a chapa de matrícula americana. O Méhari recebe ainda luzes de presença lateral e de marcha atrás.
Mas as coisas não vão ser fáceis, a Citroën é confrontada a um novo problema, pois os americanos não aceitam homologar um automóvel com uma carroçaria feita de material sintético. Aproveitando uma brecha na legislação, o Citroën Méhari acaba sendo registrado como um veículo utilitário, o que lhe permite ainda obter a dispensa do uso de cintos de segurança.

Apesar dos esforços, a carreira comercial do Citroën Méhari será efémera tendo durado apenas dois anos, 1970 e 1971. Se o grande público não aderiu, o Méhari ainda conseguiu obter algum sucesso junto das empresas de Rent-a-Car, como a Budget que encomendou cerca de 1000 Méharis US destinados ao Hawaï.

Com uma produção de pouco mais de 1000 unidades, o Citroën Méhari US é uma raridade, logo é uma das pérolas raras na gama em conjunto com o Méhari 4×4.
Se quer um Méhari mais exclusivo este será o modelo ideal. Encontrar um é que poderá ser problemático, uma verdadeira caça ao tesouro.
Boa Sorte.
fotos: Étienne Musslin, Citroën.
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