Ao lançar o SM, a Citroën depositava grandes esperanças no seu sucesso, pelo que previa uma gama completa do modelo, infelizmente tal não se concretizou. O que não impediu Henri Chapron de realizar algumas versões especiais, na tentativa de prolongar a colaboração que mantinha desde há alguns anos com a Citroën.
Há vários anos que este carroçador parisiense se encarregava da produção do Citroën DS Cabriolet proposto no catálogo da marca, assim como, de versões mais luxuosas e exclusivas para clientes afortunados.
Quando em 1970 a Citroën apresenta o SM, o topo de gama da marca, Henri Chapron vê a oportunidade para prolongar a relação especial que tinha com a marca aos “chevrons”.
O carroçador Henri Chapron abre a sua oficina em 1919 e acompanha a evolução do automóvel. Por essa altura era frequente os construtores fornecerem aos seus clientes os veículos despidos de carroçaria, sendo esta realizada externamente por um carroçador conforme o desejo do cliente.

Henri Chapron aproveita esta época dourada para “vestir” as mais variadas marcas de prestígio, chegando a contar com mais de 300 colaboradores. Após a segunda guerra mundial começa o declínio das grandes marcas francesas e Chapron vê-se na obrigação de se reconverter. Limitando-se agora a fazer transformações pontuais em certos modelos, como aconteceu com o Citroën DS, o que acabaria por lhe abrir as portas do construtor.

Decorria o ano de 1971, quando Henri Chapron apresenta a sua nova criação: o SM Mylord. Trata-se de um cabriolet. Chapron retomou o desenho original do automóvel e reforçou a estrutura para obter uma maior rigidez.
O resultado final é um elegante cabriolet capaz de transportar quatro pessoas no máximo conforto e dotado de uma bela bagageira para as escapadinhas de fim-de-semana em família.
Sob o capot encontra-se o inevitável V6 de origem Maserati com 170 cv.
O SM Mylord causou logo boa impressão durante a sua apresentação no salão automóvel, assim como outra versão do Citroën SM proposta pelo carroçador Heuliez : o SM Espace, com teto de abrir tipo “targa”.
Apesar do sucesso da sua apresentação, o Citroën SM Mylord revela-se um fiasco comercial, seguramente devido ao seu preço, pois custava o dobro da versão normal do Citroën SM, quase tanto como um Ferrari Daytona o que afastou os potenciais compradores.
Os preços teriam com certeza baixado se a Citroën tivesse apoiado o projeto, como o tinha feito anteriormente com o Citroën DS, mas a situação da marca era delicada na altura e esta não tinha os meios necessários para o fazer.
A falência da Citroën em 1974 e a sua posterior venda à Peugeot para constituir o grupo PSA , vão deitar por terra a possível produção do SM Cabriolet, assim como do outro projeto de Henri Chapron: o SM Opera.

Ao todo foram construídos 8 exemplares (certos especialistas afirmam que foram 5), o que faz do SM Mylord uma pérola rara, sendo difícil estimar um valor para esta versão. A última venda conhecida, foi num leilão em 2014 e atingiu o valor de 548320 euros.
Caro é certo, mas original.
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