Hoje pode parecer banal ter tracção integral no nosso automóvel, mas em 1980 era revolucionário. E é à Audi que se deve esta revolução, com o seu sistema Quattro. Desconhecida até então, foi precisamente com o Quattro que a Audi começou a sua ascendência até ao nível que todos conhecemos hoje.
Já lá vão 40 anos.
A aventura começa na Lapónia em 1976, quando durante uma série de testes para desenvolver o Volkswagen Iltis um todo-o-terreno destinado a fornecer o exército alemão, que um engenheiro reparou nas potencialidades do sistema e como seria vantajoso adaptá-lo num automóvel de turismo. Este propõe a ideia ao seu diretor técnico, um certo Ferdinand Piëch que cria imediatamente uma equipa na Audi para aprofundar a ideia.
Na verdade não são os primeiros a fazê-lo, já existia uma marca inglesa que tinha proposto um desportivo de tracção integral: o FF da Jensen. No entanto este sistema era muito complexo, pelo que os engenheiros da Audi vão melhorar o sistema tornando-o mais leve e de menores dimensões. A principal alteração será a instalação de um diferencial que permite uma distribuição da potência entre as rodas dianteiras e traseiras de 50/50.
Depois de vários protótipos realizados com base no Audi 80, em 1980 é apresentado oficialmente o Audi Quatro no Salão Automóvel de Genebra. Este coupé desportivo com base no Audi 80 apresenta um design mais agressivo para reforçar a sua vocação desportiva e vê instalado debaixo do capot o motor de cinco cilindros que se tornou também uma referência na Audi, não só pela sua potência mas sobretudo pelo seu ruído tão característico.
O diretor técnico da Audi Ferdinand Piëch, oriundo recentemente da Porsche onde tinha sido o responsável pelo desenvolvimento do mítico Porsche 917, considera que a competição é a melhor estratégia para a comunicação publicitária de uma marca. Este vai fazer pressão junto da FIA (federação internacional automóvel) para que esta autorize a participação de veículos de tracção integral no campeonato mundial de ralis.

A partir de 1981 a Audi participa no campeonato de ralis e dá-se uma revolução, o Audi Quattro é de uma eficácia tremenda e torna os seus principais concorrentes totalmente obsoletos. Em cinco anos a Audi ganharia duas vezes o campeonato mundial de ralis e outras duas vezes na categoria de pilotos. O que obrigaria as outras marcas a reagir e a aderir também à tracção integral.
Como Ferdinand Piëch previa, o sucesso desportivo foi um impulso enorme nas vendas do modelo. Quando apenas estavam previstos a produção de 500 exemplares, acabou por vender-se cerca de 10000 em dez anos de produção.

Com vista a aproveitar este sucesso, a Audi decide introduzir o sistema Quattro em vários modelos da sua gama, permitindo o acesso a esta tecnologia a um maior número de clientes. Para provar a eficácia do sistema Quattro uma publicidade ficará na história, quando no ano de 1986 vemos um Audi 100 CS subir uma rampa de ski apenas equipado de simples pneus de neve.
Audi Sempre um Passo à Frente.
O sistema Quattro não parou de evoluir ao longo dos anos. Em 1988 com a adopção do novo diferencial central Torsen, este permite a repartição da tracção entre as rodas da frente e de trás em 75/25 ou 25/75 consoante a necessidade.
Assim como a derradeira evolução chamada Quattro Sport, que permite enviar 100% do binário a uma das rodas traseiras, geralmente à roda exterior o que lhe permite abordar as curvas com maior velocidade.
Hoje em dia, o sistema Quattro continua a ser o cartão de visita da Audi, em que modelos como o Audi TT, o Audi RS3 ou o RSQ3 são os dignos herdeiros do primeiro Audi Quattro continuando a utilizar o sensacional cinco cilindros.
O Futuro na Terra e na Lua.
O futuro do sistema Quattro é o E-tron, o primeiro SUV 100% elétrico da Audi. Assim como na lua, em que a Audi participa numa missão com o robot Audi Lunar Quattro que está equipado também ele com o sistema Quattro.
Um grande passo para a Audi.

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