Se André Citroën foi um homem visionário que marcou a indústria automóvel, por outro lado não olhava a meios para satisfazer o seu ego, o que provocou a falência da Citroën em 1934 e precipitou a sua queda. Os irmãos Michelin que eram um dos principais credores viram aí a oportunidade de realizar um sonho antigo, que era de tornarem-se num construtor automóvel. Assim com o apoio dos bancos assumiram a gestão da Citroën. Iniciando-se um novo ciclo na história da marca, em que apesar de mais racionais financeiramente, insistiram em manter o espírito inovador que sempre caracterizou a Citroën, dando origem a vários modelos míticos da marca durante a sua gestão.
A era Michelin
No início de 1935, Michelin assume o controlo da Citroën, implementando uma mentalidade empresarial totalmente diferente, mas continuando a vontade de inovar. Pierre Boulanger é nomeado diretor da empresa, este acredita na viabilidade do Traction 7A e corrige os vários problemas para fiabilizar o modelo. Em pouco mais de um ano o modelo é um sucesso de vendas, sem perder tempo o diretor encomenda um estudo para um automóvel que deveria ser básico, barato a produzir e de manutenção minimalista, com o nome de código TPV (Toute Petite Voiture) este projeto vai dar origem ao famoso 2cv. Em 1939 o automóvel está pronto mas com a chegada da guerra a sua apresentação é adiada, a maior parte dos protótipos sãos destruídos e a equipa continua em segredo melhorando o modelo.

Durante o salão automóvel de 1948 em Paris é apresentado o Citroën 2cv Type A , causando ao início enorme espanto e alguma desilusão por parte do público, mas transformando-se mais tarde no enorme sucesso que todos sabemos.
Em 1955, a Citroën apresenta o DS e mais uma vez revoluciona o mercado com um modelo repleto de inovações e com um visual único, relegando aos modelos dos seus concorrentes presentes no salão, o papel de velhas antiguidades. O Citroën DS vinha equipado com um sistema hidráulico que comandava a direção, os travões e a caixa de velocidades. A suspensão era óleopneumática que mantinha a altura ao solo constante independentemente da carga e proporcionava um conforto extraordinário, tornando-se a imagem de marca da Citroën até aos dias de hoje.
Seguiram-se anos tranquilos para a Citroën, as vendas vão de vento em popa apesar da gama desequilibrada, é assim apresentado o Citroën Ami 6 em 1961, para tentar preencher o vazio entre o 2cv e o DS . Um automóvel tipicamente Citroën, com motor bicilindrico e um design original em que se destaca a posição invertida do vidro traseiro.
Em 1965 a Citroën toma o controlo da marca histórica Panhard, com o objetivo inicial de aproveitar as competências técnicas desta marca para o desenvolvimento de novos modelos, o que finalmente não viria a acontecer a Citroën limitou-se a utilizar a maquinaria da sua fábrica para a produção do utilitário 2cv AZU enterrando a marca Panhard para sempre.
Ora aí está o que me parece ser o primeiro erro estratégico da Citroën, ao não aproveitar as potencialidades da Panhard que possuía na sua gama modelos bem simpáticos que poderiam ser complementares à gama da Citroën, como era o caso do coupé Panhard 24. A Citroën preferiu acabar com a marca Panhard para não prejudicar as vendas dos seus modelos e investir numa marca mais prestigiada.
Desde algum tempo que se mantinham contactos com a Maserati, a qual é adquirida pela Citroën ao grupo Orsi , o objetivo é claro desenvolver um motor V6 de prestígio para o novo modelo GT em estudo, o futuro Citroën SM e adquirir a marca de prestígio que o diretor da Citroën tanto ambicionava. Iriam ser investidas enormes somas de dinheiro para atualizar a gama de modelos da Maserati, mas que não tiveram o retorno esperado.
Por esta altura a Citroën querendo manter-se no topo das novas tecnologias junta-se à NSU e cria uma sociedade para o desenvolvimento da produção do motor a pistão rotativo Wankel. Este tipo de motor é uma opção técnica interessante, mas tem consumos muito elevados de combustível e revela-se difícil a perfeccionar, absorvendo enormes investimentos. A NSU acaba por desistir do projecto. Ainda assim a Citroën continua sozinha a aventura e chega a produzir dois modelos equipado com este tipo de motor o M35 e o GS Birotor, dois enormes fracassos.
Os anos 70 revelaram-se difíceis para a Citroën, que apresenta o Citroën SM o GT da marca equipado com o V6 Maserati e o Citroën GS o veículo médio da marca que tanta falta fazia para harmonizar a gama. Se o primeiro não atingiu os objetivos esperados, muito por culpa do seu consumo muito elevado em plena crise petrolífera de 1973; o segundo conhece um bom sucesso mas não o suficiente para salvar a marca.
O problema é que devido aos vários erros estratégicos o estado financeiro da empresa é caótico e a família Michelin já não está interessada em investir na sua filial automóvel, procurando um comprador para a Citroën.
É nesta altura que a Fiat entra em cena, sendo já acionista da empresa pretende tomar o controlo da Citroën, chegando praticamente a acordo com a Michelin para que esta cedesse as suas ações, só que não contava com a intervenção do governo francês que recusou a operação pois não queria ver um construtor francês ficar em mão de estrangeiros. Assim, em 1974 a Citroën declara falência e o governo francês faz pressão para que a Peugeot compre a empresa.
É criado o grupo PSA – PEUGEOT CITROËN
gosto muito do ds e um carro do outro mundo
GostarGostar
É na verdade um carro excecional muito à frente no seu tempo .
GostarGostar