Citroën – 100 Anos de Inovação!

 

O ano 2019 marca o centenário da marca Citroën, uma das marcas mais míticas do planeta. Tem adeptos espalhadas pelos quatro cantos do mundo, considerada uma das marcas  mais colecionada do globo. A Citroën é para muitos sinónimo de inovação tecnológica, é o momento de conhecer a sua história.0575463F-4C98-4695-9DE9-6FF70A8B3488

Tenho antes de mais confessar que tenho um carinho especial pela Citroën, ela que me permitiu descobrir o automóvel. O meu pai era funcionário da marca, sempre  comprou Citroën, assim as nossas viagens eram feitas em Citroën. Aprendi a conduzir num Citroën GS, e o meu primeiro carro foi um Citroën AX. Sou pois um “citroënista”.

Se gosta de histórias tranquilas e sem sobressaltos, a da Citroën é todo o contrário,  história tumultuosa marcada por iniciativas incríveis, mas também por várias contrariedades, falhanços monumentais às vezes ameaçando o seu desaparecimento (enfrentou a falência por duas vezes). A marca perdeu a sua independência, mas continua viva.

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André Citroën, fundador da marca um visionário que marcou a indústria automóvel

 

 

André Citroën

A Citroën como uma grande parte das marcas automóveis deve o seu nome ao seu fundador: André Citroën. Um homem visionário que revolucionou a indústria automóvel, introduzindo o automóvel popular e fabricado em série na Europa. O seu desejo de inovação permitiu-lhe estar acompanhado dos melhores colaboradores, mas isso não chegava o seu objetivo era melhorar o serviço ao cliente, criou o serviço pós-venda, o crédito ao consumo. Era exímio na comunicação e marketing, criou pela primeira vez na história um ficheiro de potenciais clientes a quem eram enviadas brochuras publicitárias, mandou um avião escrever o nome Citroën em fumo branco no céu da capital francesa, iluminou a Tour Eiffel com o seu nome durante anos, criou as “citronettes” miniaturas dos seus automóveis á escala de 1/10 para que o contacto com a Citroën fosse na mais tenra idade, segundo André Citroën as primeiras palavras das crianças deveriam ser : Papa, Mamã e Citroën, organizou ainda expedições intercontinentais : as conhecidas Croisière Noire,Jaune, Blanche, para mostrar ao mundo a fiabilidade dos seus automóveis.

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Em 1922, na abertura do salão automóvel Citroën manda escrever o seu nome no céu sobre o Arco de Triunfo.

O logótipo

Foi numa viagem de família á Polónia, que o ainda estudante André Citroën descobre uma pequena empresa que fabrica um sistema de engrenagem inovador, trata-se de uma engrenagem dentada em forma de “V”. Vendo as enormes vantagens do sistema, André Citroën tratou logo de comprar a patente. Quando foi preciso criar um logótipo para a sua empresa decidiu utilizar os “V’s” invertidos da engrenagem e assim nascia o “double chevron” que ainda hoje vemos nos automóveis da marca.

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Graças às engrenagens em”chevrons” nasce o logotipo da Citroën.

O começo

Ao chegar a França, André Citroën lança-se no seu negócio de engrenagens tornando-se num dos maiores fabricantes da Europa, fornecendo os principais construtores automóveis.

Com a chegada da Primeira Grande Guerra André Citroën foi mobilizado para a frente de combate onde pôde constatar a falta de munições do exército francês. Pede uma audiência ao ministro da guerra onde se propõe a construir uma fábrica donde forneceria 10000 munições por dia ao exército. Assim nascia a mítica fábrica do “Quai de Javel” em Paris, donde não saíam 10000 mas sim 50000 munições por dia.

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A fábrica de munições durante a 1a. Guerra Mundial, mais tarde convertida para produção de automóveis

Em 1917, o fim da guerra aproxima-se e André Citroën começa a pensar na conversão da sua fábrica, com várias opções possíveis decide-se pela produção de automóveis fruto da sua experiência como consultor e diretor da marca automóvel Mors, que estava em dificuldades e a qual ele consegue organizar e duplicar a sua produção. Mas André Citroën não quer ser mais um construtor automóvel entre muitos, enquanto industrial visionário a sua ambição é seguir as pisadas de Henry Ford e o Ford T . Citroën também quer construir automóveis em série e ser o primeiro construtor europeu a utilizar a linha de montagem.

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Campanha publicitária inovadora na Tour Eiffel, utilizando 250000 lâmpadas, de 1925 a 1933.

Agora sim começa a aventura da Citroën enquanto construtor automóvel, André Citroën começa por contratar os melhores engenheiros e encomenda-lhes vários estudos privilegiando o automóvel popular. O engenheiro Jules Salomon é encarregue do projecto, o princípio é inovador entregar o automóvel pronto a utilizar, rompendo com o que se fazia habitualmente em que o construtor fornecia o chassis e a carroçaria era entregue a carroçador externo.

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Citroën Type A 10hp, o primeiro modelo da marca, é o inicio da produção em série na Europa.

Em 1919, o automóvel está pronto, é apresentado ao público e comercializado em seguida – o Type A 10 HP, é o primeiro automóvel Citroën que faz um sucesso fulgurante, apresentando diversos tipos de carroçaria (torpedo, coupé de ville). Mas André Citroën prepara já a sucessão, assim surge o Type B2, depois o B10, B12 e B14.

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Citroën Type C 5HP, conhecido por “Citron” pela cor amarela dos primeiros modelos.

Em 1921, apresenta o Type C3 5HP o verdadeiro automóvel económico conhecido por Petit Citron (pequeno limão) pois a maioria eram pintados de amarelo, ou ainda conhecido por trevo pela astuciosa disposição dos bancos em triângulo.

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Citroën Type C 5 HP, Trevo era outra das suas alcunhas pela disposição dos seus assentos

Os anos seguintes vão passar a um ritmo alucinante, Citroën torna-se no primeiro construtor europeu, mas André Citroën era muito ambicioso, talvez demasiado e continua sempre em busca de inovações, só que a inovação custa caro e Citroën entra numa espiral de investimentos endividando-se grandemente, os bancos começam a apertar o cerco e a crise dos anos 30 não vem ajudar. André Citroën vai tentar o tudo por tudo com a criação de um novo modelo – o Citroën Traction 7 A que será desenvolvido em alguns meses apresentando várias inovações nunca utilizadas, como a tracção dianteira por exemplo. Mas não correu bem, aquele que deveria salvar a Citroën veio afinal precipitar a sua falência, foi desenvolvido demasiado rápido e apresentou vários problemas de fiabilidade.7144CF3C-5577-40DC-99A2-F9F8628700A9

 

Os bancos e o grupo Michelin o principal credor chegam a um acordo para salvar a empresa mas obrigam André Citroën a abandonar a direção da sua empresa. Um golpe demasiado duro para André Citroën que viria a falecer meses mais tarde vítima de doença.

Uma nova etapa começa…

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